Foi ontem que caiu a ficha de que o blog completará um ano de vida nesta quinta-feira! Ave Lola, estou com a cabeça em tantos lugares que quase me esqueci de comemorar essa data tão importante para mim! Afinal de contas, quem é blogueiro sabe, ter um blog e mantê-lo ativo por 365 dias não é fácil. Exige muito mais do que imaginamos. Por exemplo, é difícil renunciar seus cochilos nos finais de semana ou aproveitar aquela preguicinha de domingo com os pés para cima e esperando o dia passar. Para o Di Moça, o blog precisa estar todos os dias “em movimento”, mudanças e evoluções.
Muitas pessoas entraram em contato pelo blog pedindo dicas de como ter um blog de sucesso, como conseguir parcerias com outras editoras, o que eu fiz para alcançar tantos seguidores, etc. O que eu posso dizer a vocês é que minha vida como blogueira e o propósito do blog pra mim é totalmente diferente do propósito de vocês e de muitos outros blogueiros. Pensando nisso, resolvi começar a semana de comemoração explicando por que sou blogueira!

O Di Moça não surgiu por acaso, pelo contrário, tem uma longa história cheia de situações difíceis, constrangedoras e de superação.
Para resumir, sou blogueira desde os 12/13 anos e ter um blog era sinônimo de diário virtual, literalmente. No blog você era permitido para compartilhar livremente as suas opiniões (até as pessoais). Alguns usavam como um diário de rotina, contando como tinha sido o dia, o que tinha feito, etc. Para mim sempre foi uma mistura de tudo isso e um pouco mais.
Mas a minha vida mudou no comecinho de 2009, quando descobri que tinha síndrome do pânico. A partir daí me isolei completamente do mundo real, sempre me encolhendo mais e mais dentro da minha própria conchinha segura. Minha mãe sempre foi meu suporte, meu apoio e eu simplesmente não conseguia viver sem ela. Foi difícil, muito difícil é pouco para descrever os cinco anos que passei sob situações e reações desta síndrome que tem atingido milhares de jovens e adultos no mundo inteiro.
Com o passar dos dias e do tratamento, resolvi fazer parte do mundo através de um blog. Um que me ajudasse a ficar por dentro das notícias, que me ajudasse a conversar com outras pessoas sem ter uma crise repentina na frente dela e passar um vexame. Comecei aos poucos, como todos vocês começaram. Um post aqui e outro ali durante a semana e muitas visitas em outros blogs. Porque eu queria saber como era ser blogueira: o que eu poderia ou não expressar no meu diário virtual. E acabei descobrindo que cada um tem sua própria forma de divulgar o que bem entender. Depois de muitas visitas em diversos tipos de blogs me identifiquei muito com os blogs literários. Na época os blogs eram mais simples mas cheios de vida, de resenhas, de opiniões sinceras. Eu adorava ler as resenhas dos blogs e montar minha listinha de compras de livros. E então pensei se seria possível eu fazer a mesma coisa: compartilhar minha opinião sobre uma leitura, um livro ou algo que me interessasse muito. Foi então que surgiu a ideia de criar um blog literário: o Liege (vocês se lembram? *-*).
Devo lembrá-los que em 2009 a vida de blogueira não era tão competitiva como hoje; os blogueiros (pelo menos os literários) não tinham essa visão de ganhar dinheiro através dele mas sim compartilhar opiniões. Naquela época, a parceria com editoras literárias era bem mais tranquilo que hoje porque os blogs não eram vistos como uma ótima forma de marketing/divulgação. Sorte a minha ter criado um blog naquela época porque preciso agradecer muitas editoras que confiaram no meu talento, no meu blog e na minha escrita e que estão aqui até hoje! A vocês, muito obrigada!
Minha vida mudou drasticamente durante esses cinco anos mas graças ao blog (e ajuda psiquiátrica, claro) eu consegui me inserir novamente no mundo real mas o blog ainda é minha terapia. Através dele eu pude conhecer outras histórias sobre outras pessoas que sofriam das mesmas dores que as minhas. Isso ao mesmo tempo me deixava aliviada e aflita porque é impossível desejar essa dor para qualquer ser humano. Li sobre diversos tipos de tratamento, alguns naturais e outros “muito loucos” – mas que não tentei porque já comecei direto com os remédios controlados – e vi depoimentos de pessoas que já tinham melhorado muito dos sintomas. Ficava pensando “será que um dia eu terei uma vida normal?”
E, depois de cinco anos, eu posso dizer a vocês que estou me inserindo novamente ao mundo real. Da minha forma, no meu ritmo, mas estou. E é impossível eu não acreditar que o blog foi uma das melhores terapias que encontrei para enfrentar as crises de pânico e a depressão. É por causa dele que eu conheço vocês, encontro tantos outros blogs com assuntos semelhantes e diferentes do meu, pessoas que pensam diferente e igualmente a mim mas que são tão interessantes que é impossível abrir mão delas. É por causa disso aqui, desse mundo chamado blog, que eu tive forças para viajar sozinha pela primeira vez; que tive apoio para seguir em frente e abraços apertados para me consolar nas piores horas de solidão. Enquanto meu mundo desabava, várias pessoas me seguravam no colo enquanto outras ajudavam a reconstruí-lo. Como não ser grata a tudo e a todos?
É por estes e milhares de outros motivos que estão guardados no meu coração e na minha memória que o Di Moça existe. Em alguns momentos eu quero desistir, claro. Em alguns momentos ele exige um pouco mais de mim e eu sempre acho que não vou dar conta. Mas é aí que todos vocês entram, juntos, para me apoiarem e me lembrarem das razões de fazer terapia blogueira!

Eu não sei o que te motiva a ter um blog ou a começar um porque cada um é diferente (graças a Deus) mas a dica que eu dou para iniciar qualquer blog é: ame aquilo que você faz. O blog é um espelho das suas ideias, da sua personalidade e, geralmente, é a primeira impressão que alguém terá sobre você. Por isso, ame o seu blog. Se dedique, se apaixone pelo mundo das suas palavras e as próximas conquistas serão apenas consequências do seu trabalho.
Muito obrigada, a todos, sem exceção, por acreditarem em mim; por me apoiarem e me motivarem a continuar com o blog nas horas de alegria e de tristeza. E essa semana, com certeza, será uma semana de comemorarmos juntos essa etapa que conquistamos juntos! Se Deus quiser teremos muitos anos e muitos momentos de comemoração aqui no blog. E torço para ter todos vocês aqui comigo nesta caminhada!
Beijos di moça e que comece a semana!
♥
Jeh linda!
Nunca me identifiquei tanto com texto como esse. Posso dizer que estou passando pela mesma experiência que você, também estou enfrentando umas crises e o blog vem me ajudando bastante. Me vi inteirinha nesse texto. Às vezes é difícil falar, porque parece que vão te julgar como um louco, muitas vezes pensei em desistir, apagar tudo e sumir, mas cada comentário é um sorriso e isso me ajuda muito.
Gostei bastante, você teve a coragem de falar coisas que eu não tenho. Hoje ainda faço terapia porque não sei me relacionar com as pessoas no mundo lá fora. Ao contrário de você, para mim é fácil só se relacionar pela internet, porque tenho muito medo do que as pessoas podem achar de mim. Isso vem sendo um desafio, porque quero fazer vídeos para o blog e não consigo por causa da bendita vergonha! hehehe
Mas nossa, lendo isso fiquei até feliz. Você foi a minha porta-voz agora! hahaha
Que o blog venha fazer muito anos de vida! Você faz bem aos outros, que isso nunca deixe de existir!
E obrigada!
Um beijo grande!